sábado, 11 de setembro de 2010

Leonard Cohen

Sem palavras para descrever o que vivi ontem, deixo a notícia da TVI:

Mais de três horas e meia de música até podem parecer pouco para uma vida inteira de canções. Mas foi o suficiente para Leonard Cohen deixar os fãs portugueses de barriga cheia depois de uma verdadeira maratona, no Pavilhão Atlântico, que percorreu os principais êxitos de uma discografia já com 43 anos.
No terceiro concerto consecutivo no nosso país, o cantor e compositor canadiano voltou a mostrar que velhos são os trapos. Perto de completar 76 anos de idade, Cohen não só tem fôlego que chegue para 29 temas numa só noite, mas também continua a seduzir gerações com uma voz calorosamente grave e rouca.
Dividido em duas partes, com um intervalo de 15 minutos pelo meio, o espectáculo desta sexta-feira foi conquistando de mansinho uma plateia que, na sua grande maioria, sabia ao que vinha.
Afinal, a sala estava bem composta de público de quase todas as idades pronto para ouvir da boca do próprio autor canções que durante anos foram sendo imortalizadas nas vozes de Nina Simone, Judy Collins, Jeff Buckley ou John Cale, entre muitos outros.
Fotos:

E assim foi, desde «Dance Me To The End of Love» até «Heart With No Companion», com passagens obrigatórias (e devidamente ovacionadas) por «I'm Your Man», «In My Secret Life», «Bird On A Wire» e «Hallelujah». Se Leonard Cohen esteve irrepreensível como cantador de histórias, a banda que o acompanhou não lhe ficou atrás - nove músicos exímios, alguns deles que acompanham o canadiano há várias décadas, como é o caso do baixista e director musical, Roscoe Beck.
Muito aplaudido foi também o espanhol Javier Mas, mestre do bandolim e da guitarra acústica de 12 cordas, peças essenciais na afinação precisa de uma máquina de palco que percorreu o mundo durante os últimos dois anos.
A poucos meses do final da tournée, este foi um espectáculo que serviu de despedida aos fãs portugueses e é impossível não pensar que tão cedo não voltaremos a ter a honra de receber em concerto uma autêntica lenda viva da música contemporânea.
Para os fieis seguidores de Leonard Cohen, as mais de três horas e meia de espectáculo foram o presente ideal para este adeus e ficarão certamente na memória por bastante tempo. Porém, os mais distraídos em relação à obra do cantautor não terão digerido tão facilmente uma actuação que ultrapassou largamente os limites convencionais de um concerto «normal».
Mas no final, já com uma moldura humana considerável bem à frente do palco (as cadeiras na plateia ficavam assim esquecidas por muitos), as reacções foram unânimes na hora de aplaudir o senhor de fato negro. Cohen tirou o chapéu um sem número de vezes, agradecendo a calorosa recepção de um público rendido ao charme e ao talento lírico do canadiano.
«Obrigado nós, senhor Cohen. Volte sempre.»

Alinhamento do concerto:
Primeira parte
1. Dance Me to the End of Love
2. The Future
3. Ain't No Cure for Love
4. Bird on a Wire
5. Everybody Knows
6. In My Secret Life
7. Who By Fire
8. The Darkness
9. Born in Chains
10. Chelsea Hotel #2
11. Waiting for the Miracle
12. Anthem

Segunda parte
13. Tower of Song
14. Suzanne
15. Sisters of Mercy
16. The Gypsy Wife
17. Feels So Good
18. The Partisan
19. Boogie Street
20. Hallelujah
21. I'm Your Man
22. Take this Waltz

Encore 1
23. So Long, Marianne
24. First We Take Manhattan

Encore 2
25. Famous Blue Raincoat
26. If It Be Your Will
27. Closing Time

Encore 3
28. I Tried to Leave You
29. Heart With No Companion

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