terça-feira, 13 de abril de 2010

Sexóloga rejeita qualquer ligação entre abusos e homossexualidade

A psicóloga Marta Crawford recusou hoje qualquer ligação entre pedofilia e homossexualidade, dizendo não compreender qual o objetivo da Igreja Católica ao tentar estabelecer esta relação.

"Não vejo qualquer relação entre pedofilia e homossexualidade. A pedofilia não é só relacionada com comportamentos com pessoas do mesmo sexo. Logo aí a relação nem sequer se coloca. Ser pedófilo não significa ter relações com pessoas do mesmo sexo, significa ter relações forçadas com pessoas de outra idade", afirmou Marta Crawford à agência Lusa.

Numa visita ao Chile, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, estabeleceu uma relação entre pedofilia e homossexualidade, rejeitando uma ligação ao celibato a que estão submetidos os padres.

"Demonstraram muitos sociólogos, muitos psiquiatras, que não há uma relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram, e disseram-mo recentemente, que há uma relação entre homossexualidade e pedofilia", declarou aos jornalistas Tarcisio Bertone, recusando a ligação entre as situações de abuso e o celibato imposto aos sacerdotes.

"Não sei qual é o objetivo da Igreja ao tentar meter tudo junto. A Igreja quer com isso provar o quê? Não estou a perceber a intenção", questionou ainda a sexóloga Marta Crawford.

Para a especialista, é importante sublinhar que a pedofilia é "uma situação clínica diagnosticada", enquanto a homossexualidade "não é uma doença" e "nada tem a ver com situações de abuso sexual sobre outros".

Contudo, Marta Crawford rejeita igualmente uma relação entre pedofilia e celibato: "Existem muitos pedófilos que nada têm a ver com a Igreja. Parece-me demais tentar dizer que todos os homens da Igreja sujeitos ao celibato são potenciais pedófilos. Não é a circunstância que fabrica pedófilos, existe uma situação clínica por trás e essa é uma questão mental"

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