quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Poesia

Pitonisa seduzo-me ao espelho da noite
revejo-me na última palavra de todas as primeiras
possuída danço
papel quente
fogo a tinta azul
míope ao mundo que dorme
surda
nuas eu e a palavra
submissa seduzida
executora numa luta entre o orgasmo
de um nada que se não esquece
fúria de uma igualdade absoluta
sangue feminino
violação de toda a trivialidade
acidente
púrpuras instantâneas
um café não vago
objectos carregados de coragem
efeitos surpreendentes
momentos
contemplações
memórias
Íbis de sonhos
sentimentos
ilhas
superfícies
nascentes dos meus sentidos na barbárie das palavras livres
caio aos pés de Dionísios
vencida
rainha
assisto ao parto do dia
ruídos ressuscitam a minha incompreensão
guardado é o meu silêncio por uma bacante
a exaustão acalenta a esperança
no meu corpo estendido


De Ísis

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